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22 de março de 2007

Musa Mística


Para todos os amores que um dia se perderam pelo caminho...

E ele que pensava que aquilo tudo fosse um sonho...
Um devaneio surreal de cores monocromáticas
Os lábios entreabertos e a língua impávida.
Os olhos que se insinuavam entre brilhos e lágrimas
Os braços abertos e o corpo em movimento...
A saia rodada que se levantava com o vento!
E ele ali...
A presencear aquela cena!
A sentir a brisa amena!
A calar os seus desejos...
A fingir que eram dele aqueles beijos...
E a morrer, como só se morre de amor!

(Renata Sodré)

21 de março de 2007

O dia em que Sidney Sheldon morreu





A notícia veio assim... De súbito! Não usaram nenhum eufemismo barato para amenizar o sofrimento. Estava jantando quando o jornalista disse: “Morre hoje o escritor Sidney Sheldon”. Um susto, um baque... Sidney Sheldon era meu autor favorito,aliás, era mais, muito mais... __________________________________________


Sempre gostei muito de ler. De gibis a livrinhos infanto-juvenis foi um pulo, mas o meu gosto por ler, meu amor intenso e visceral pela literatura tem ano e nome. Foi no ano de 2001, quando eu tinha treze anos de idade. Comecei a ler meu primeiro livro adulto: ‘ Se houver amanhã ‘, seu autor: Sidney Sheldon.


Jamais vou esquecer das noites em que eu sentava no banco do bar dos meu pais, apoiava o livro no balcão e esquecia do mundo lendo as aventuras da minha heroína Tracy Withney e do seu romance tórrido com Jeff. Eu lia com tanta concentração que mal percebia o entra e sai do bar, os pedidos de cerveja, o som alto das risadas tolas dos boêmios.
Foram três noites assim. Sentada num balcão de bar como uma bêbada que pede mais um, eu me embebedava daquelas letras até três,quatro horas da manhã.


Lembro-me com nitidez de quando eu fechei definitivamente o livro.Li a última página com o anseio dos amantes que esperam o último beijo e terminei com a angústia incompreendida e a sensação de vazio de quem vê o seu amor partir.


Chorei como uma colombina na quarta-feira de cinzas vendo seu pierrot ir embora sem adeus! Chorei e não entendia o porquê, chorei e percebi que precisava dos livros para viver. Depois disso, li outros livros debruçada no balcão do bar, sentada no chão da sala, na viagem do ônibus...Conheci novos autores, uns até melhores que Sheldon, mas jamais vou esquecer do imenso abismo que se abriu diante de mim quando terminei de ler ‘ Se houver amanhã ‘.Sheldon pode não ter sido o melhor autor, pode ter tido seus clichês temáticos e suas repetições incessantes, mas ele significou para mim muito mais do que uma boa leitura. Sidney Sheldon me abriu as portas para o que veio a ser uma das minhas maiores paixões: Os livros!